Foto: Arquivo Pessoal
Um trecho da duplicação da Travessia Urbana na BR-287, no Bairro São João, em Santa Maria, tornou-se um cenário diário de risco e improviso. Em um período de 15 minutos no local, a reportagem do Diário flagrou três motociclistas utilizando aberturas na mureta central como atalho. No mesmo local, pedestres se arriscam em meio ao tráfego intenso à espera da conclusão de uma passarela.
A rodovia, que conecta a Região Oeste ao restante da cidade, é marcada pelo fluxo constante de veículos pesados, ônibus e milhares de carros, um ambiente que já foi palco de atropelamentos fatais.
Veja em vídeo:
📲 Mande sua sugestão de reportagem para a CDN 93,5 FM
Retorno proibido

A prática de usar os vãos na mureta de concreto para fazer conversões é comum e perigosa. A manobra evita que os condutores se desloquem até o retorno seguro mais próximo, no entroncamento entre as BR 287 e 158 e Avenida Walter Jobim. Em um dos flagrantes, um motociclista que saía da Rua Espanha ingressou na rodovia e imediatamente fez o retorno proibido. Minutos depois, outro condutor, vindo da Rua Japão, usou o mesmo vão para cruzar a pista e seguir no sentido contrário, ambas as ruas localizadas no Bairro São João.
Questionada, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que está ciente da prática e que "fiscaliza bastante motocicletas no perímetro urbano". A PRF ressalta que a manobra configura uma infração de retorno proibido, considerada gravíssima. A penalidade inclui 7 pontos na CNH e uma multa de quase R$ 300.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) esclareceu que a maioria dos espaços entre as muretas no meio da pista é para a futura instalação de postes de iluminação.
– Quem utiliza para passagem (de veículo) é errado – informou o órgão.
A travessia da insegurança

No mesmo trecho, a ausência de uma passarela segura força pedestres a uma rotina de risco. A reportagem presenciou pessoas pulando as muretas e atravessando a rodovia fora da faixa de segurança, em meio a caminhões e carros em alta velocidade.
Segundo o Dnit, um dos vãos – usado pelos motoqueiros – está aberto provisoriamente para a passagem de pedestres, mas apenas até que a passarela fique pronta. O órgão reforça que os locais corretos e seguros para a travessia são as faixas de segurança ou os passeios públicos.
A solução definitiva para o problema, uma passarela que ligará os bairros São João e Juscelino Kubitschek, está em fase final de construção. De acordo com o Dnit, as equipes estão instalando a estrutura metálica na parte superior e a obra deve ser concluída totalmente até a segunda quinzena de setembro. Nos últimos dias, trabalhos de pintura estavam sendo realizados.